sexta-feira, 7 de maio de 2010

Volúpia

Ela tem a alma de um demônio e o corpo de um anjo. Seus olhos são duas navalhas afiadas, profundos e profanos. Seus lábios se formam na carne crua, em cor de fogo e ar teimoso. As mãos são redes de nós bem atados, seu toque condena e faz cada segundo no inferno valer a pena. Os sussurros traduzem a ladainha das sereias; me perco em devaneios. Estou viciado no veneno do seu existir, cauterizado pelo te querer, amargurado pelo não te ter. Como pôde alguém ser capaz de colocar tamanho sofrimento em um único ser?
Talvez um dia - amanhã - quando o sol raiar, nos deixemos levar e acordemos ambos em outro lugar, nossos corpos perdidos em lençóis vermelhos, afogados no teu sangue.

2 comentários:

Filipe de Paiva disse...

Adorei! Muito!
Acho que é um dos melhores textos que você já escreveu. *_*

Matheus Moreira Moraes disse...

caralho é um dos melhores sim, de certeza

mandasses muito bem, sério parabens

bjss