sábado, 26 de março de 2016

Poesia de sorrir
não sei tecer
Pois se em pranto
levo a vida
Pode até parecer
que nem sei viver

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redação

lembrei que o corpo letrado na tela branca
aquieta minha angústia
minha labirintite crônica
acelera os ponteiros do meu relógio

e inspira meus sonhos pigmeus.

quinta-feira, 24 de março de 2016

Minha última dor: seus últimos versos

“Você me ensinou a amar
E eu, péssima aluna que sou
Aprendi devagar”
Seu perecível amor de borboleta
Meu desmiolado amor de barata
Seus pés no chão
Minha cabeça-de-vento
Seu gosto na palha do meu cigarro
Seu cheiro na fronha do meu travesseiro
Aquela camiseta
Você esqueceu no meu armário

Fim de amor é como ressaca
Deixa um gosto ruim na boca...

Neruda

"Porque en noches como esta la tuve entre mis brazos,
mi alma no se contenta con haberla perdido.
Aunque este sea el ultimo dolor que ella me causa,
y estos sean los ultimos versos que yo le escribo."

domingo, 20 de março de 2016

Babel

O cotidiano mata
Aos poucos, a criatividade
A esperança escorre
Preta, fétida na sarjeta

O empresário suja a rua
A rua suja o moleque
Cujos pés desnudos
Afagam o asfalto duro

A luz dos faróis
Copia a luz do dia
O dia já é mais noite que dia...
As buzinas abafam
Os gritos da periferia
O perfume, o espumante
Se confundem
Com odores da rua

É meu amigo,
Te norteia!
Com a TV ligada
E essa barulheira
Sai são quem o mundo vagueia