terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Mulher escrita


A forma nua do corpo desenhado em fonte Arial tamanho 11 ou 12 (à decidir) se agitava em negrito e itálico. Abria as mãos, esticava os braços e levava a vida na ponta dos pés em falso plié de falsa bailarina. Sorria os dentes inferiores tortos, cabelos tão bagunçados o quanto sua personalidade: acreditava em tarô e sabia ler apenas as mãos de seus amantes; tinha a cabeça nas nuvens, mas morria de medo de avião; quando criança gostava da cor marrom e queria ser mergulhadora; chorava e ria quando bem entendia.
Era a alma humana aprisionada numa granada sem trava...

Um comentário:

Thiago Mussel disse...

Adorei sua escrita. A sensibilidade e objetividade me encanta.