Decifra-me
ou devoro-te!
- disse a
Esfinge.
Corpo
majestoso de leão
Asas
inquietas
Olhos
famulentos.
Não tenho o
corpo de um leão.
Menino! Hoje
tu és meu cardápio inteiro
No café, os
teus cabelos
O almoço,
tua língua
Não janto!
Petisco avidamente a noite toda.
No entanto,
é preciso cautela:
Tu és meio Medusa.
Um inocente
relance, de súbito,
Transforma-me
em pedra
- Bem sabes
Parte de
mim já é rocha.
Menino! Tem
pena de mim.
Romance inusitado
Entre Medusa e Esfinge:
Sejamos nós dois as nossas adversidades.
Matas Édipo
antes que mate meu orgulho
Decapito
Perseu antes que, sequer, cogite derrotar o titã.
Secretamente,
Devoro-te antes que me decifre.
Nenhum comentário:
Postar um comentário