quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Presos na prosa

Os ponteiros do relógio rodam e rodam, mas parecem não sair do lugar. Talvez o relógio nada mais seja que uma prisão de vidro, invisível. Assim como o tempo. Esperto o cara que inventou esse tal relógio.

Você fala. Eu rebato. O que estávamos jogando mesmo? Ah, é verdade. Jogávamos conversa fora. Horas a fio gastas sem intuito - pensemos assim.
Não tarda, já brigamos. Por um momento, te repugno. Não quero nem ouvir seu nome.
Bem, também não tarda e já não quero viver sem ti.
O que fazíamos? Me esqueci, mas mudando de assunto, vamos falar do tempo. Falar do tempo... Que fim. Não para um metereologista. Ei, você é um metereologista? Supus que não.
Agora eu te quero. É meu maior desejo. Mas vamos brigar daqui a pouco, não vamos resistir. Afinal de contas, nós ainda estamos presos na rotina prosa, não é?

O cara que inventou a prosa já não era tão esperto assim... Ele só sabia observar.

Um comentário:

Filipe de Paiva disse...

A evolução da sua escrita me deixa boquiaberto. Sou seu fã, e sinto orgulho de ter acompanhado seu crescimento no mar das ideias e expressões.