sábado, 30 de abril de 2016

Janela

Oitavo andar. Esquina com a Avenida do Contorno, rua movimentada da capital. Zona Sul, onde ninguém se importa com quem atravessa a rua, com quem está na rua, com quem VIVE na rua. Importante é a marca da roupa que você usa e a maquiagem que você coloca na cara de manhã pra cobrir toda infelicidade e insegurança. Não sei bem como começou, tão menos como acabei ali, mas lá estava eu: encarando a janela do oitavo andar. A semana mal havia começado e eu não conseguia tirar da cabeça a tal janela. Lembro dos livros espalhados na mesa e da obrigação empilhada na minha cabeça... Acima de tudo, lembro da solidão. Lembro de abrir a janela e sentir o vento soprar contra o meu rosto. Lembro de olhar pra baixo e imaginar... Só entende quem já olhou pra janela e encontrou a solução para todos os seus problemas. Ahh minha janelinha no oitavo andar. Outro dia passei por lá. Recordei meus maus bocados, lembrei do fim que minha história ainda não teve.

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